terça-feira, junho 20, 2006

Santo António já se acabou...


Mas mesmo assim ainda lá dei um pezinho e provei umas sardinhas que estavam, como deviam, a pingar bastante, pão à parte que pessoalmente não gosto da mistura. Na segunda de Sto. António não tinha previsto ir jantar aos santos, era só acompanhar a noiva e a cunhada a uma caracolada, para depois ir saborear o bifinho a casa. Sublinho o acompanhar, dê lá por onde der não consigo gostar de caracois, só o cheiro me faz confusão e o aspecto dos bichos rastejantes que passeiam o seu visco sabe-se lá por onde é absolutamente repugnante.
O problema foi passar pela Fnac a matar um jejum que data já de 2005. Foram vários meses sem comprar nada para mim, e o sufoco era demasiado: Sérgio Godinho, Mart'Nália e Truman Capote foram as vítimas deste pequeno surto de compras, após longa e penosa escolha.
Quando nos dirigimos para os caracois eram já dez para as nove, o aperitivo de fim de tarde transformou-se em jantar, e como sempre nestas alturas apareceram mais amigos que rondavam a zona. Vieram os caracóis, o pão, as febras, a salada de pimentos e, claro está, as famosas sardinhas.
A confusão era muita, as pessoas, os cheiros, as mesas e assadores. A multidão passava, a sangria e a cerveja corriam soltos. No meio de toda a agitação, numa rua que tinha sido vedada ao trânsito, estava pomposamente estacionado um carro. Infeliz o dono, terá toda a gente pensado, que não sai daqui com o bicho em muito bom estado. O problema é que o carro... era o meu! Estava ali parado há já alguns dias, o uso regular do metro não lhe dá muita saída e esquecemo-nos de o mudar. Foi com o coração na garganta que o encontrei no meio do tumulto, mas sobreviveu quase ileso. Só dei conta do limpa pára-brisas traseiro partido, mas nem posso garantir que tenha sido ali.
Subida ao bairro para ir ter com outros amigos. Deve ser a única noite do ano em que aquelas são as ruas mais calmas das redondezas. A noite acabou cedo. A cama chamava, mas... viver no centro do furacão não é pacífico. Foi barulho até de madrugada, com o comboio-a-apitar-na-garagem-da-vizinha-enquanto-se-apanhavam-na-minha cama-com-ela-e-nós-pimba!
Custou mas foi, acabei por adormecer...
Para o ano há mais...

4 comentários:

deep disse...

Este teu texto, lembrou-me as longas noites de S. João no Porto. Há uns anos que não vou. No que respeita aos "amigos" caracóis, nutro por eles um amor idêntico ao teu... só me lembro de os ter comido uma vez, ainda adolescente, na casa de umas pessoas com que tinha pouca confiança.
Tem uma boa semana.

bolas de sabão disse...

caracóis? bahhh... kto às sardinhas, podem mesmo ser em cima do pãozinho... **

pinky disse...

caracois é sempre do melhor, sardinhas ainda nelhor e acompanhados do belo do vinho, temos sto. antónio pois então!
o barulho e a confusão, enfim, por uma noite ao ano aguenta-se! estou a vêr que o pé está melhor! coool! jokas

polegar disse...

eu fui ter à bica mais tarde, depois de uma aula... e bem que me soube sentar-me nas escadinhas ao pé do elevador, a ouvir José Cid e Variações entre "aperta aperta com ela" enquanto comia pão cheio de molho e sardinhas divinais. souberam ainda melhor quando soube que mais acima e mais abaixo cobravam euro e meio pela iguaria e eu paguei só um muahahahahah