Mas então?
Por causa da peça de fim de ano do Chapitô pus-me a lêr o Drácula de Bram Stoker. Conhecia bem o imaginário, tinha visto diversos filmes, desde o Nosferatu do Murnau ao Drácula de Bram Stoker do Coppola, mas nunca tinha lido o livro. Nestas coisas não há como ir à fonte.
Eu sei que o nível das coisas que tenho tido a sorte de ler tem sido bastante bom, e que portanto o livro tinha que valer qualquer coisa para se equiparar a Mário de Carvalho, Steinbeck, Cardoso Pires ou mesmo às fabulosas peças de Edward Albee ou Martin McDonagh, mas a obra de Stoker tornou-se quase mitológica, sobreviveu à passagem do tempo e reproduziu-se através do imaginário colectivo.
Desilusão... GRANDE! Narrativa linear, personagens estanques, todo o fascínio que tenho pela história (o encanto do vampiro, o poder, o amor eterno, o tormento, a pulsão sexual) são prácticamente inexistentes, Drácula é um monstro e apenas isso, nem sequer é especialmente inteligente apesar dos séculos de existência, não se percebe porque é que faz o que faz, porque é que escolheu Londres ou aquelas pessoas, e está de tal maneira limitado que nem sequer é grande adversário (não se pode mover sobre água? um ramo de roseira brava impede-o de sair do caixão? tem medo de hóstia? mas que raio?). É triste descobrir, mas a verdade é que o mito de Drácula foi construído depois de Bram Stoker, por milhares de histórias de vampiros, por livros, por jogos, por peças, por filmes que expandiram e aprofundaram a lenda.
É daqueles casos para dizer gostaste do livro? Vê antes o filme!
1 comentário:
é verdade! antes o filme, o livro é mt pobrezinho.
sobre a temática lê antes "o historiador" muito mais interessante, se bem q light.
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