Amadeo de Souza Cardoso
A grande retrospectiva Amadeo esteve imenso tempo na Gulbenkian, mas como é óbvio tive que deixar para o fim... Sábado foi feita uma maratona, com as portas da exposição abertas toda a noite ininterruptamente. Pensei que às 2 da manhã entrava sem problemas, mas era mentira, estavam mais duas horas de fila, o que me deixava uma hora demasiado tardia para entrar. A exposição demora em si cerca de uma hora para ser vista e às 5 da matina ninguém tem cabeça para coisa nenhuma. Voltámos no dia seguinte, às dez da manhã estava uma hora de espera, quando saímos ao meio-dia a fila já ultrapassava as 3 horas para entrar.
Fiquei contente por ter ido, a espera não me incomodou, a companhia era fantástica, tudo correu bem. É de assinalar é a tremenda adesão das pessoas a este evento (ouvi cerca de 100 mil visitantes), no meio da histeria generalizada foi um fenómeno de massas que ultrapassa o gosto pela arte. Muitas exposições já foram feitas com figuras de renome e nunca se perdeu a cabeça desta maneira, aliás o museu de Amarante onde estão inúmeras obras do Amadeo não regista, nem nunca registou enchentes. Foi portanto um fenómeno de histeria, de tenho que estar onde todos estão, de exagero, de moda, como o apoiar da selecção, ou pôr lenços brancos por Timor. Seja como for, e apesar de tudo, é de salientar que é a primeira vez que vejo isto acontecer com um facto cultural, pior ainda, com uma exposição. E seja porque motivo for é sempre bom ver as pessoas na rua sem ser pelo futebol...
1 comentário:
pode ser que a histeria da arte seja contagiante e que se transforme num hábito português! era bom....
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