Flags of Our Fathers
Clint Eastwood escolheu para o seu projecto de 2006 não um mas dois filmes. Após os fantásticos multi-premiados Mystic River e Million Dollar Baby, Eastwood escolheu dois dramas históricos que se centram na mítica batalha de Iwo Jima na Segunda Guerra Mundial. O primeiro filme Flags of Our Fathers, acompanha três soldados que foram fotografados a erguer uma bandeira, e nos efeitos que essa imagem teve no povo americano. Não é um filme de guerra, é um filme de personagens, de três homens que, sem ter feito nada de especial, são considerados heróis por causa de uma foto, e manipulados pelo exército e pelo governo para angariar mais dinheiro para o esforço de guerra. O segundo filme, Letters From Iwo Jima, reconta essa batalha do ponto de vista dos japoneses.
Este fim de semana assisti ao primeiro, e apesar de já ser lugar comum não me canso de repetir, se Eastwood nunca foi um grande actor, ícone do cinema de acção dos anos 70, como realizador é dos mais maduros e profundos da sua geração. No argumento colaborou de novo com Paul Hagis (argumentista e realizador de Crash e argumentista de Million Dollar Baby e Casino Royale), o que dá à história um cunho de qualidade. Este é um filme clássico em toda a sua construção, um desenvolvimento narrativo primoroso, muito bem filmado, com uma fotografia impecável de uma cor esbatida lindíssima, com momentos de uma tensão imensa em contraste com uma história humana pungente. Com um elenco sem estrelas mas como de costume com actores na verdadeira acepção da palavra, Flags of Our Fathers é um dos grandes filmes do ano. E se os rumores de que Letters From Iwo Jima é ainda melhor forem verdade, então estamos perante uma dupla absolutamente extraordinária.
Imperdível...
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