sexta-feira, janeiro 26, 2007

passado mas não esquecido

Às vezes há coisas que passam por mim e que não são registadas aqui no blog, seja lá por que motivo for. Mas é bom ter momentos em que se pode parar e prestar a devida homenagem. No teatro Camões esteve em Novembro do ano passado o ciclo Como Tu e Eu, em que diversos coreógrafos preparavam espectáculos com pessoas sem formação em dança. Foram diversas propostas interessantes, das quais só tive oportunidade de ver uma, o Natural de Clara Andermatt, espectáculo preparado para a Company of Elders, um grupo inglês de idosos. Foi dos espectáculos mais tocantes e profundos que já vi, num misto de teatro, música e dança, a segunda coisa que vejo desta senhora (a seguir ao Grito do Peixe) e a segunda genial. A forma como ela utiliza os corpos, as vozes, as vidas, os sonhos e medos daqueles homens e mulheres é incrível. Um final arrepiante, onde os performers contemplam a sua própria mortalidade, que foi de levar às lágrimas.

Um outro espectáculo – esse ainda em cena – é O Auto da Barca do Inferno que está nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos. É um espectáculo disponível apenas por marcação e pensado para escolas (como as horas de exibição o mostra), mas que consegue cativar os miúdos desde o primeiro minuto com um texto que nem sempre é fácil. Os claustros são uma escolha primorosa e as soluções de encenação (com escadotes a ter os mais variados usos) dão uma vida à peça que é de assinalar. Está até Março com novo elenco, saiu Graciano Dias e João Barbosa (absolutamente hilariante) para o espectáculo Moby Dick em cena no S. Luiz, e entraram para o seu lugar Mário Sousa e Filipe Vargas que eu não tive oportunidade de ver. Se Duarte Gomes é um anjo fraquinho e Francisco Nascimento tem mais cara que voz, o resto do elenco tem o talento e a energia suficiente para cativar os espectadores. Para quem estuda e não só, até Abril em Belém.


O Auto da Barca do Inferno

Ar de Filmes
Interpretação: Graciano Dias, Henrique Malta, Duarte Gomes, Francisco Nascimento, Solange Santos e João Barbosa
Encenação: António Pires
Texto: Gil Vicente
2 de Novembro de 2006 a Abril de 2007
Terça a Sexta, às 11h e às 14h – Espectáculo sujeito a marcação prévia
Preço bilhetes: 10,00 € (normal); 6€ (escolas)


Mosteiro dos Jerónimos
Praça do Império
1400-206 Lisboa
Telefone: 213 420 810
Fax: : 213 420 810

2 comentários:

Unknown disse...

Isto é para veres q apesar de estar a muitos e muitos kms de distancia ...vejo o teu blog!!beijinhos

MPR disse...

catarina, catarina, grande beijinho para o outro lado do mundo...