segunda-feira, janeiro 08, 2007

Babel

"Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro... o SENHOR os dispersou dali pela superfície da terra..."
O último filme de Alejandro González Iñárritu, autor de 21 Gramas e Amores Perros, é mais uma pequena gema saida da mente deste realizador mexicano. 4 histórias em 3 continentes, uma família marroquina, um casal americano, uma mulher mexicana e uma rapariga japonesa, todas interligadas por um ponto comum, mas que partilham mais do que essa simples ligação. Este não é um filme de história, nem de actores, este é um filme de realizador, de autor, e principalmente de emoções. A dificuldade de falar de comunicar, de entender o outro é o tema central que leva inexoravelmente ao isolamento, à solidão, seja esse isolamento físico (como na familia marroquina), emocional (como no casal americano), social (mexicana) ou humano (no caso da japonesa e da sua absoluta necessidade de afecto). Isolamento, dor, sexualidade, perda e redenção são as linhas mestras de uma história que atravessa dialectos.

Brad Pitt, Cate Blanchett, Gael García Bernal são as vedetas que, apesar de terem bons papeis, não são a chave nem o motor de um conto tenso, terno e humano.

4 comentários:

polegar disse...

li tanta crítica negativa e tanta positiva a este filme que o fui ver desconfiada...
e gostei, muito. sim, é filme de realizador. com um argumento que não considero "rebuscado", nem de "novela mexicana", como li para aí. com muito bons actores em momentos deliciosos, sem excesso de protagonismo. dos miúdos, aos desconhecidos marroquinos, às grandes estrelas. ali contou-se a história e todos souberam o seu lugar. e com uma fotografia que impele quem vê a não dar pelo tempo passar porque ao mesmo tempo passamos os olhos pelas paisagens, pelas pessoas, pelos pormenores culturais.
um filme de realizador social, pode acrescentar-se...

deep disse...

Fico à espera que apareça por estas bandas... estou curiosa.

Uma boa semana!

deep

pinky disse...

sem dúvida um dos bons filmes do ano, brilhante!

Varandas disse...

Gostei muito...Um filme muito intenso, com uma sensibilidade fortíssima. Extremamente envolvente. Estou tão deprimido com a história da senhora mexicana, coitadinha... :-(
Excelente fotografia, excelente banda sonora.