Repugnante!
Ontem tinha uma noite planeada de filmagens, mas acabou por ser uma bem diferente... de copos! No Bairro vários foram os pontos de passagem, os degraus de descanso e as pessoas encontradas. A conversa corria, nem sempre com nexo, mas constantemente divertida, digamos que o nivel de álcool nem permitiria outra coisa. Passagem pela cachupa (está aberta apesar de rumores em contrário que me chegaram aos ouvidos), conversa metida com outros elementos da noite, algum riso e até uma pequena dissertação à beira da estátua do Pessoa sobre o tema hetero/homossexualidade com uma rapariga de Peniche, nitidamente com uns copos a mais, os pés mais sujos que já vi e a frase exlclamativa "Ai meu Deus nunca tinha estado tão perto de um!!". Sinceramente só estando lá para ver, mas deu para mais uma ou duas gargalhadas. Destino seguinte: Oparte. Nunca lá estive, mas ouvi dizer bem, e havia lá mais pessoas para encontrar. Eram 5h30 da manhã e os 10€ de entrada foram o suficiente para nos fazer mudar de ideias. O dinheiro escasseia e a noite já tinha sido cara! De regresso ao carro passámos pelo Buddha Bar e pensámos em tentar entrar (mais uma estreia) caso não pedissem consumo mínimo. Nesse momento um puto, que não tinha mais de 17 anos, magrinho e com um ar franzino, saía acompanhado da namorada. Levava o copo distraidamente na mão e quando lhe chamaram a atenção para o facto voltou para trás para o pousar. Nesse momento um dos gorilas do sítio, uma besta que devia ser presa por uma trela começou a provocar o rapaz, a insultá-lo. E o miudo, ainda sem experiência nenhuma e a boca solta respondeu "Mas já devolvi, também não precisas de te armar em parvo!" Foi o pretexto que o animal queria, começou a espancar o puto sem apelo nem agravo enquanto o agarrava pela camisa. Eu e os dois amigos com quem estava ainda dissémos "Tenha lá calma, deixe lá o miudo, pronto já chega!", mas nada fizémos. Um monstro destes, capaz de atacar sem nexo nem barreiras alguem com metade do seu peso e um décimo da sua força, mete-me nojo! É absolutamente repugnante e deviam-lhe largar os cães em cima sem apelo nem agravo. O Buddha Bar passou a ser um sítio onde me recuso a pôr os pés depois de ter assistido áquilo. E o mais grave é que é a norma na noite de Lisboa. Cavalos impotentes que descarregam as suas frustrações em pessoas que não têm culpa das bestas quadradas que foram cuspidas neste mundo.
O que me repugna é também a inacção de quem assitiu a tudo, ou seja a nossa inacção. Não me mexi, não levantei um braço para ajudar o rapaz. Posso racionalizar o que quiser. Dizer que o tipo me desfazia, que não conhecia o miudo de lado nenhum, que se nós os três avançássemos os outros cinco gorilas que ali estavam e se riam da situação nos mandavam para o hospital. Posso justificar o que quiser. A verdade é que não nos mexemos e estávamos a meio metro daquilo. E a nossa cobardia é indesculpável...
2 comentários:
Imagino a tua revolta, é imposível apagar e não pensar o estado em que o rapaz terá ficado, as consequências e a humilhação. E o pior é que isto está sempre a acontecer. No outro dia vi uma cena desse género na fnac, um homem supostamente terá roubado e para os nossos mal preparados seguranças a lei aplica-se na hora com pancada. Ontem também no Lux e despropositadamente a pessoa que ía comigo apanhou um soco à traição e sem justificação e ficou com os dois dentes da frente partidos. É assim, isto está cheio de animais complexados, frustrados. Uns merdas! A noite não é para as pessoas se divertirem? As pessoas não deveriam ser mais tolerantes porque com o alcool todos dizem coisas despropositadas? Fará algum sentido? O melhor mesmo é nunca responder, não tem importância nenhuma o que um ignorante diz de mim ou a mim. Há muito doido armado, violento, psicótico à espera de um pequeno, minímo motivo para minimizar as suas frustações e de todas a que lhes deve magoar mais é saberem que como pessoas não valem nada!
Leio este e releio-o. Alguma coisa faz sentir. Não sei o que dizer, o que comentar. Apenas 3 sentimentos me ocorrem: ódio, coragem e desilusão.
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