O corpo dos outros
Ontem fiz a minha primeira aula de yoga a pares. O João (que é o instrutor) resolveu juntar-nos dois a dois e fizemos a hora toda assim. Fiz parelha com uma rapariga que apenas conheço de vista e que nem sei o nome. De repente agarrava-lhe nos braços, colava o corpo, seguia as instruções de "juntem as nádegas às do vosso parceiro". Mas o que mais me fez confusão foi estar aquele tempo todo de mão dada. Precisava de agarrar na rapariga para todos os exercicios e a primeira instrução era sempre dêem as mãos. E ali ficavamos de mãos dadas a ouvir o que ele dizia. Era esse o tempo que me fazia confusão , porque enquanto se puxa e se estica tudo bem, agora o ficar de mão dada, calmos, parados em frente um do outro, foi estranho. Chamem-me tacanho, mas eu só costumo dar as mãos a pouquissimas pessoas. Uma ou outra amiga particular, a minha mãe e a minha namorada compõem a lista completa. Dar as mãos, por mais banal e vulgar que seja, é um acto de intimidade, até de algum carinho, principalmente quando se está quieto, parado, sem fazer força - no caso de se fazer força é apenas agarrar nas mãos e não dar as mãos...
Na aula de Yoga de ontem fiquei a pensar nos limites do meu corpo (que não estica como devia) mas tambem nos limites que impomos aos corpos dos outros e aos espaços invisiveis que são nossos e nos seguem para onde vamos...
2 comentários:
era gira ao menos? :P
yoga aos pares? essa é novidade para mim, nunca tinha ouvido e já faço yoga há um tempinho.
ainda bem que essa modernice ainda não deu nos meus profs. senão acho que corava por todos os lados, que horror, é que assim a malta não se consegue concentrar ...
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