Breaking and Entering
Anthony Minghella, realizador de O Paciente Inglês e Cold Mountain, voltou à cadeira de realizador com este projecto, que ele próprio escreveu, Breaking and Entering (Assalto e Intromissão). É um filme sobre o afastamento, sobre o isolamento que se cria, a distância que existe entre nós e a pessoa que está ao nosso lado. Jude Law é um arquitecto com um projecto ambicioso e um atelier novo numa zona pobre de Londres. A sua carreira vai de vento em popa, mas a sua relação com a namorada (Robin Whright Penn) está com problemas, principalmente por causa da filha autista. O atelier é recorrentemente assaltado pelo filho de uma emigrante bósnia (Juliette Binoche) que luta para sobreviver acumulando diversos empregos e educando sozinha o rapaz, depois do pai ter sido morto na guerra.
A procura de paz, amor, afecto, ternura, é o tema que sublinha todo o filme, mas que é apenas atingido através de rupturas, de crises, é preciso forçar para tocar o outro, e é aqui que o título do filme ganha um segundo sentido: assalto e intromissão como designação jurídica dos assaltos que põem a história em movimento, mas tambem como metáfora das barreiras de vidro que colocamos à nossa volta e que são apenas destruidas quando alguém força a entrada.
É, como habitual em Minghella, uma história bem contada, com momentos dramáticos e emotivos. No entanto está longe de ser perfeito, principalmente por alguns buracos no argumento (a cena final de tribunal não faz sentido), alguma pressa no desenvolvimento das relações e personagens subaproveitadas (Vera Farmiga por exemplo, que faz de uma prostituta sui-generis, a qual acaba por desaparecer sem nada acrescentar à história).
É mais um drama urbano, a fazer lembrar Closer que, sem atingir o nível deste último, merece mesmo assim uma visita, nem que seja para ver bons actores numa história que é, a espaços, comovente.
1 comentário:
à laia de estrelas... quantos hamburguers dás de classificação? :P
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