Pormenores
Ontem, a caminho de casa para almoçar, fiz aquele que é agora o meu trajecto regular, percorrendo a rua Augusta até à Rua do Comércio ao velhinho quarto andar... Por mim passavam as tradicionais personagens que compõem a magia da zona antiga da cidade, dos rapazes dos questionários às peixeiras, dos turistas aos artistas de rua... No meio dos cheiros e sons da Baixa sobressaiu um já conhecido pequeno orgão de sopro tocado a medo por um cego de Lisboa... Já velho, gordo não do excesso de comida mas da falta de vida, roto nos cotovelos de um banco desdobrável onde repousa... As notas, fora de ritmo e de tempo, eram de uma velha canção de estudantes... "A mulher gorda a mim não me convém..." Parei por um momento... não pude deixar de notar na ironia de um pobre homem daqueles estar a tocar justamente aquela música...
4 comentários:
já vendeste a casa? pela descrição parece linda..
A casa que está à venda não é a que falo neste post, mas é perto... Tenho duas pessoas interessadas... Se tu estiveres ou conheceres alguem que esteja manda mail...
:) há tantas ironias nas ruas da cidade. faz bem olhá-las nem que seja pelo gesto egoista de pensarmos as nossas.
estiveste no meu LJ (covil da buga) e tinha de retribuir. tb tenho blogspot. tb tens um belo blog!
Gracias...
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