Odete
Odete é a segunda longa metragem de João Pedro Rodrigues, a seguir ao controverso "O Fantasma" onde o cineasta continua a explorar o universo gay no seu lado mais cru e muitas vezes carnal. Odete é a história de uma mulher obcecada por ter um filho, que transfere a sua loucura numa fixação doentia por um vizinho homossexual que morreu num acidente. Nos outros vértices deste drama estão Rui e Teresa, respectivamente namorado e mãe do defunto.
Este é um filme falhado, à excepção de Teresa Madruga ninguem no elenco tem pedalada para as emoções que a fita exige. Ana Cristina Oliveira funciona quando está calada, tem presença e expressão corporal adquiridas no seu trabalho de modelo, mas quando abre a boca é de um histerismo inacreditável. Nuno Gil (Rui), na sua estreia como actor, parece ter levado com uma pá na cabeça e estar a tentar recuperar os sentidos ao longo de todo o filme. Bem sei que é um personagem atormentado, mas convenhamos... não é desculpa!
João Pedro Rodrigues falha em construir uma narrativa credivel, as acções de Odete são sempre despropositadas e incrivelmente exageradas, levando o espectador a um catolicismo exasperante com constantes exclamações de "Pelo amor de Deus!" ou " Virgem Santissima não acredito!". A desculpa da demência e da dor dos personagens serve para justificar toda e qualquer acção, por mais disparatada ou inconsequente que seja. O filme pretende transmitir obsessão e desespero, mas acaba por transmitir sono e incredulidade.
Pequeno reparo final para o trabalho fraquissimo sobre o som, inexistente na maioria dos casos, com alguma música metida a martelo que é cortada sem apelo nem agravo, de uma forma brusca e precipitada entre cenas...
1 comentário:
óoooo estava com esperanças nesse filme! snif...
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