Em território alheio
Jack Johnson nunca foi uma referência para mim, mas o seu misto de pop, funk e reggae, parte desta nova vaga de música de surf, até é melodioso e ouve-se sem desagrado num serão calmo. Ontem arranjaram-me bilhetes para o concerto no Pavilhão Atlântico. Pouco depois das 20 chegamos, sem pressas, até porque ia haver uma primeira parte que não nos interessava particularmente. A primeira coisa em que reparei foi que, de repente, passei uma barreira invisivel para um mundo onde toda a gente (ou quase) estava na faixa etária dos 12 aos 15, senti-me a invadir território alheio. O fumo era imenso e as bebidas corriam ao litro de cerveja de cada vez. Imaginei-me de novo com 12 anos e assustei-me com a diferença, com essa idade eu era mesmo um puto e não me passava pela cabeça andanças similares (porra estou a ficar com conversa de velho e ainda nem cheguei aos 30!). As miudas passeavam-se normalmente com decotes até ao joelho e os rapazes aos magotes, com as t-shirts, os cabelos e as sweats todas iguais, repetindo a mesma fórmula até à exaustão. Senti-me como o Richard Attenborough no estudo de alguma qualquer civilização perdida, cuja cidade e hábitos foram miraculaosamente descobertos.
Quanto ao concerto em si, a acústica do pavilhão é péssima, Jack Johnson é um pouco estático, sem saber puxar muito pelo público e a inexistência de ecrãs de video dificultou bastante a visão do homem em palco. Ontem relembrei-me das vantagens numa multidão destas de ser alto... e de se usar desodorizante...
2 comentários:
LOL
Imagina-me a mim nessa situação:
Com mais de 30 anos
Com um pouco mais de metro e meio
A única coisa que temos em comum é o uso de desodorizante
lol
começo a ter exactamente esse tipo de pensamento em situações semelhantes.. o meu problema ag é q suspeito q sou um pouco mais nova q tu.. oh meus deus!! :P
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