Olhos nos olhos
Estava um sábado invulgarmente quente e azul para a norma dos últimos tempos. Estava marcada uma aula de compensação do workshop de teatro, para colmatar o facto de termos começado apenas a dia 9 de Fevereiro. Aula iminentemente diferente da norma, dada na Praça de Alegria por uma professora conhecida do Thiago, onde o próprio se integrou como aluno. Foram cinco horas consecutivas, sem pausas nem intervalos, das 14h30 às 19h30, sem duvida extenuantes. Mas todos aqueles ali presentes, sem um único actor profissional ou aspirante a tal entre nós, tinham uma vontade de aprender e interiorizar o mais possivel. A aula foi sem dúvida diferente, expressão dramática e não teatro. Exercicios de aquecimento, descontração, relaxamento, confiança, voz, entreajuda, liderança, dicção, cooperação... até aqui tudo bem. São formas alternativas e necessárias de encarar a formação de actor - apesar de me ver incapaz de aguentar este tipo de exercicios durante meses a fio. No entanto a postura da formadora não foi necessariamente a melhor, contraditória dizia por um lado que as experiências são nossas e individuais, por outro fazia discuros de uma pseudo-moralidade "todos diferentes todos iguais" no fim de diversos exercícios. Enquanto criticava quando se perguntava pormenores sobre a execução de um exercício dizendo "não se prendam a regras", corrigia durante a execução do mesmo interrompendo as pessoas de uma forma desnecessária. Enquanto se mostrava liberal e aberta, era incapaz de aceitar a mínima crítica que lhe fosse dirigida.
Foi uma experiência que em parte me fez lembrar o atelier falhado do Pedro Wilson, interessante mas insuficiente, diverti-me mas aprendi pouco e não evolui nada.
2 comentários:
Acho que te entendo...
é terrivel qd um professor não consegue transmitir o que pretende ensinar.
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