sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Os Monstros do Id

Uma das coisas que se falou na aula de ontem foi do Id, do Ego e do Superego. Pelo que percebi, explicado por uma psicóloga lá aluna, o Id são os nossos sonhos e ensejos interiores, o Ego são as nossas vontades conscientes e o Superego aquilo que controla essas vontades, que faz com que nos levantemos de manhã para ir trabalhar mesmo que a vontade consciente seja ir para Praga.

Em 1956 foi feito o filme O Planeta Proíbido, um filme de ficção científica com discos voadores e tudo, com um jovem Leslie Nielsen ainda longe dos seus tempos de comédia. Se quiserem vêr o filme não leiam este parágrafo porque vou contar o fim...
Esta fita, que se transformou num clássico de culto, fala da expedição de uma nave espacial a um planeta onde foi montada uma colónia que perdeu a comunicação há muito tempo. Chegados ao planeta deparam-se com dois sobreviventes apenas, um cientista e a sua filha, que vivem com luxo, e que descobriram instalações extraordinárias de uma civilização muito mais avançadas e que, apesar de estar em condições impecáveis e a funcionar, não se conhece vestígio dos seres que antes lá habitaram. Os restantes colonos humanos foram mortos por um estranho monstro que apenas poupou o cientista e a filha e que agora reemergiu estando a colher vidas entre os novos visitantes. A pacífica civilização avançada, que foi exterminada por este monstro, desenvolveu formas de conhecimento elevadíssimo e inclusivé de materialização de objectos apenas com a força da mente, acabando por perder a necessidade do físico. O seu fim foi a sua própria natureza, ao evoluirem desta forma soltaram os monstros do Id, a Besta que vive no subconsciente de cada um de nós e que se materializou destruindo-os. Este monstro agora é fruto do Id do cientista que, sem o saber e sem o controlar, materializou os seus medos e receios através das maquinas que aprendeu a utilizar e que agora voltaram para aniquilar os novos invasores.
O filme é interessante e a temática inovadora para um filme de ficção científica dos anos 50, que elevou a película a estatuto de culto.

Não consigo deixar de fazer um paralelo entre o trabalho do workshop de teatro e este filme. Estamos a querer entrar em contacto com o nosso Id, as nossas emoções, o nosso interior mais profundo. Até que ponto podemos ir? Onde estão escondidos os nossos monstros do Id? Como dizia uma amiga minha "Certos personagens eu não queria representar, e se o fizesse não dava o máximo de mim... por precaução..."Afinal de contas será assim tão certo que o nosso mais íntimo, os recantos mais escuros da nossa alma, o nosso temor, seja algo que deva ser solto?

2 comentários:

Abelhinha disse...

EU VOTO NA LIBERTAÇÃO DO ID

deep disse...

Não é fácil libertar o Id... eu nem com aulas de expressão dramática consigo chegar lá! É precisa muita força de vontade...
Bom resto de fim-de-semana!